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I Ciclo de Conversa: Museus orgânicos – Formação de rede

Atualizado: 14 de jun.




A programação da tarde do dia 06/06 deu inicio aos Ciclos de Formação de Rede dos Museus Orgânicos, proporcionando aos mestres da cultura tradicional popular compartilharem suas experiências, desafios e sucessos na gestão colaborativa do Patrimônio Cultural e Natural da Chapada do Araripe. A primeira roda de conversa foi com o mestre Antônio Luiz, do Reisado Caretas, mestre Nena, do grupo Bacamarteiros da Paz e mestre Jefferson Bob do museu Casa dos Pássaros do Sertão.

Neste momento, oferecemos uma solução inovadora para construir uma base sólida de cooperação e entendimento entre os diversos atores envolvidos na gestão do patrimônio cultural misto do Território: Os Museus Orgânicos! Os Museus Orgânicos fortalecem a identidade local permitindo que as próprias comunidades tenham voz e protagonismo na preservação e promoção de sua cultura, conhecimentos e tradições. Ao empoderar os habitantes locais, os museus orgânicos contribuem para a valorização e disseminação das histórias e práticas ancestrais, frutos das relações culturais e sociais do homem com o seu território.

A roda de conversa nos permitiu ouvir experiências e os saberes dos mestres de cultura dentro dos seus territórios, apresentando-nos suas trajetórias e as relações que mantém com suas artes e comunidade, permitindo-nos fazer uma reflexão sobre o poder de transformação que tem a cultura na vida dos mestres, além de nos proporcionar um mergulho nas encantarias dos tesouros vivos da região do Cariri. 



“Pra mim é um motivo de honra, receber todo mundo lá no meu museu. Eu não tenho conhecimento de muita coisa não, não sei se sou mestre não, mas tô aprendendo com vocês.”, disse o mestre Nena. 


“Antes eu ficava preocupado com o que acontecia depois do meu cercado, mas aí depois eu pensei que talvez, o que eu estou fazendo lá na minha residência, sirva de inspiração para as outras pessoas que moram no sertão”, diz o mestre Jefferson Bob. 



Na segunda roda de conversa da tarde, recebemos a mestra Zulene, Museu Casa da Mestre Zulene, Crato, mestra Ana da Rabeca, Museu Casa da Mestra Ana da Rabeca, Umari, mestra Marinês, Museu Casa da Mestra Marinês, Juazeiro do Norte, e mestra Maria de Tiê, Museu Terreiro Cultural da Mestra Maria de Tiê, Porteiras, com mediação de Edilberto Florêncio, da Secretária de Cultura e Turismo de Sobral.


“O museu dá vida pra cidade da gente, é bom demais”, comentou a mestra Ana da Rabeca. 



A roda de diálogo protagonizada pelas mestras, embelezou nossa tarde, nos permitiu ouvir sobre as suas trajetórias e seus primeiros contatos com a cultura, além de contar-nos as dificuldades encontradas por elas enquanto mulheres, dentro de posições de liderança. “Hoje eu sou bisneta, neta, filha, mãe, vó e bisavó e mestra”, disse a mestra Maria de Tiê. 


“Papai dizia que a cultura, a gente tinha que cuidar com privilégio, porque iam nascer pessoas que não iam saber o que era essa cultura, e aí ele disse pra eu preservar essa cultura, que vêm dos indígenas Kariris”, completou a mestra Zulene. Esse momento, nos possibilitou contemplar um testemunho vivo de empoderamento e resistência.



No terceiro momento desta tarde, tivemos o prazer de ouvir representantes e gestores de alguns museus orgânicos, dentre eles Ernesto Rocha, do Museu da Fotografia do Cariri - Casa de Telma Saraiva, Crato, Vitor Luna, da Morada de Conteúdo Casa de Mãe Yáya, Barbalha, e Mona Alice, do Museu Oficina Antônio Linard, Missão Velha, mediada por Heitor Feitosa, do Instituto Cultural do Cariri, Crato.


“A casa da mãe Yaya, traz um amor que sai das paredes, invade a casa e saí pelas ruas, pela nossa chapada.”, disse Vitor Luna, bisneto de mãe Yayá. 



Nesta roda de conversa, pudemos contemplar um diálogo sobre os múltiplos significados que habitam os museus orgânicos, e a importância da preservação deles enquanto patrimônio histórico e cultural. Na ocasião, também foram explorados os resquícios do passado dentro do presente. 


“Nas paredes não tem só a fotografia da família Saraiva, mas a fotografia do Cariri”, refletiu Ernesto Rocha, filho de Telma Saraiva. 




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